Tem gente, abra o olho!
Trafegávamos com destino à cidade de Monte Sião, MG, quando optamos por dar uma parada objetivando espairecer a esticar as pernas e consequentemente tomar agua e café. Assim que estacionamos à lateral da lanchonete, de súbito uma pick-up se chega um tanto apressada a ponto de cantar nos freios ao parar. Assustados, observamos que seu motorista deixou o veículo a seguir em disparada ao interior do estabelecimento. O que nos chamou atenção, dada pressa apresentada e logo a seguir lá fomos nós com o mesmo objetivo, apenas a atribuir àquela abrupta atitude um tanto de estranha e complicada nos parecendo que algo acontecia.
Quase de imediato, uma Van se chega, onde descem várias religiosas, -- caracterizadas pelas vestimentas – que alegres e descontraídas penetram na lanchonete e algumas vão à direção dos toaletes. Ingerindo a agua do copo, no último gole, com o café a ser tomado, um vozerio eclodiu após a abertura da porta de acesso aos toaletes por duas religiosas, que visivelmente indignadas e enfurecidas se chegam ao balcão da lanchonete, a indagar pelo responsável, já que um cafajeste mantinha-se acoitado num dos box dos sanitários a espreitar e espionar a privacidade das senhoras no reservado e que abusava na falta de dignidade e respeito as senhoras.
O casal dono do negócio, atônito pelo que ouvia, constrangido, partiu furioso ao local, que no acessar a porta esbarra com outra religiosa saindo, que desequilibrada clama por Deus, indo juntar-se as demais no balcão, que revoltadas confabulavam sob total indignação pela dita ocorrência.
Nós ali perplexos, passamos a observar a confusão daquele salseiro. Quando minha mulher lembrou-se do tal cidadão, que deixou a pick-up e que não o víamos no interior da lanchonete. Neste instante a porta do toalete se abriu, onde aos brados pagando geral, o casal seguido daquele cidadão apressado que nos pareceu complicado e duas freiras deixam o local. Mostrando-se acabrunhado, tentando se desculpar a justificar sua inconsequente atitude, o apressado e pobre cidadão consegue ser ouvido, dizendo que não percebeu às observações visuais nas portas, pela aflição e pressão intestinal que estava sofrendo, a deixar no carro seus óculos, pois seu grau de miopia era elevado e não se deu conta do erro. Só então ao ouvir vozes femininas no banheiro, em que tentou se ocultar pela vergonha e logicamente no vexame de estar ali num reservado fminino. Todavia lamentou sua descoberta, pois foi obrigado a responder ao ter a porta do box forçada insistentemente com o tradicional, Tem gente !!!
Moral da história: Com a pressão intestinal, nem óculos ajudaria, pois a “cegueira” é total, principalmente sobre o “terceiro olho”, que cerrado não vê a hora de se abrir...
Ah... Esses “turistas míopes” quando complicados se complicam ainda mais pela falta dos óculos e se vêm diante de situações cujas consequências os deixam “cegas de vergonha”, tornam-se irremediavelmente muito pitorescos aos nossos olhos nesse palco que a vida nos proporciona... Pobre cidadão se é que estava falando a verdade...
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