Farinhas do mesmo saco.
De repente àquela manhã, na portaria do pacato hotel em Águas de Lindóia, SP, cujo nome sugestivo era Shalon, ( paz em hebraico ), se transformou numa verdadeira “ praça de peixes “, onde um vozerio incompreensivo eclodiu, em que cada um dos envolvidos tentava impor seus “ pescados “, digo, suas impaciências e direitos sem sucesso, pois a exasperação e o inconformismo prevaleciam sobre a razão, bom senso e óbvio a educação.
A parte, achando tudo aquilo uma tremenda baixaria, tentava concatenar as ideias procurando saber sobre o motivo da histérica e desenfreada balburdia entre os insanos e descontroláveis hóspedes. Sanada em parte a confusão com a pronta intervenção da segurança e da turma do deixa disso, notando que o entrevero era entre os grupos que à noite passada havia estado à mesa de “pôquer “e, cujos perdedores alegavam ter sofrido trapaças quando da rodada de fogo,– última rodada da mesa para o encerramento do jogo – onde as apostas são ilimitadas a dar oportunidade aos que perdiam e por isso recusavam-se a pagar o que haviam apostado, por atribuir que foram lesados. Prova foi que ao recolher o baralho, deu na contagem das cartas a inclusão de mais duas, ou seja; um Ás de ouro e um Rei de copas. Daí a recusa. Mas por sua vez os ditos credores, retrucaram a dizer que as cartas a mais poderiam ter sido inclusas por eles; vez que o jogo foi ganho com o tradicional “pago para ver“ e foi ganho com uma trinca de Damas e um par de Valetes !
Um dos supostos lesados, reconhecido no hotel como esnobe e presunçoso pelos procedimentos discriminatórios e com seus ares de superioridades, juntou-se aos amigos e se retiraram a ser contido por um dos ganhadores, a exigir que se retratasse e pedisse desculpas pelas ofensas ditas quando deixaram a noite passada a mesa de “pôquer”.
“Já um dos ditos trapaceiros ao deixar a mesa, após a retirada dos perdedores, dirigiu-se a nós que ao lado distraíamos jogando nossa tranca, e um tanto confuso e interrogativo, indagou-me se sabia o que significava a frase proferida pelo tal cidadão, se é que eu tivesse prestado atenção. Olhando-o, esbocei um leve sorriso, pensei em não responder sua indagação, mas resolvi dizer que deveriam sim estar preocupados com o iminente calote, no que pese o achincalhe dos ditos lesados, com palavras discriminatórias à frase proferida, a ofendê-los, a qual até anotei, como: “poviléu ignominioso excretado pelas exânias, viventes de retretes de olores nauseantes“, o que nada mais é do que: “gentalha infame saída do intestino reto pelo anus e vivem em latrinas infectas e fedorentas“.
Daí à manhã seguinte ter sido movimentada com a baixaria, não só pela questão da dívida, mas pelas palavras ofensivas e indignas ditas pelo intelecto cidadão e exigiam veemente retratação pela humilhação sofrida, ao ponto de não garantir as consequências se não fossem atendidos. O que nos pareceu haver de fato a retratação, mas sobre a dívida não soubemos.
Moral da história: Tanto ali como acolá, a indignidade prevaleceu e prevalece em detrimento da educação e civilidade, a demonstrar o quanto esses fundamentos são prioritários ao bom viver...
Ah... Esses Turistas Incivilizados, cuja educação bem demonstra o quanto de indignos são, mesmo aqueles que se dizem “ aculturados “ e se prevalecem desta premissa para impor suas atitudes esnobativas, são sem dúvida uns eternos idiotas a nos propiciar instantes bastante pitorescos, portanto, farinhas do mesmo saco !!!
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