Um dia a casa caiu
Venho observando já algum tempo, que ao abrir minhas crônicas, a Drª Bruna Patrocínio, odontóloga, mantem-se veiculada sua publicidade. Razão pela qual, respeitosamente, agradeço sua participação ao apoio, o que muito me honra, tê-la como; leitora e patrocinadora, tão ilustre profissional.
Assim, como forma em homenageá-la, recorrendo aos meus alfarrábios, busquei entre inúmeros episódios rascunhados, um que certamente vem selar esta parceria, o qual fui personagem em que na ocasião como coadjuvante, nada mais nada menos que uma odontóloga, cujo tratamento me trazia a cada 15 dias do Rio de Janeiro e ter o atendimento em dois períodos, no dia da chegada e mais dois na manhã seguinte. O seu nome era Drª Isabela Rodrigues à cidade de Lambari, que à época ainda cursava o curso de periodontia à faculdade de Alfenas, e eu ainda brincava por ser sua cobaia.
Um dos fatores que a levava se impressionar comigo, era o fato de não aceitar naquela ocasião, ao final da década de 90, a utilização da dita anestesia normal e sim a que era menos potente, onde o fator de risco era muito menor e menos agressivo. Só que seu efeito demorava a ser concluído e o espaçamento da ação anestésica ser bem menor e a dor evidentemente se fazia surgir durante o processo odontológico. Às vezes, tinha que ser ministrada nova dose para poder executar o trabalho e aguardar o efeito voltar, pois tinha dó de ver um paciente padecer de dor e se sentia penalizada.
Só que eu, confesso, que acostumado a estas práticas dolorosas, não sei pela tensão das dores, ou por medo, apelava para uma concentração, abdicando em tudo a volta, a fazer com que esquecesse a dor e acabava dormindo ferrado à cadeia do dentista, a ponto de ser acordado após a execução da tarefa dentária, com a admiração do profissional, em que alguns atribuíam um desmaio.
Na primeira ocorrência deste fato, Isabela apavorou-se a ponto de acordar-me e apavorada, ainda mostrando-se perplexa não quis prosseguir no trabalho que eram os dois canais de um pré-molar. Mas dado a minha insistência, acabou, mesmo relutando a seguir, a continuar à tarefa, mesmo havendo me desconcentrado, mas que ainda deu para resistir as dores que seguiram.
Até hoje quando vou a Lambari, sempre dou alô a ela e sua irmã, também odontóloga, e sempre sou apresentado quem no momento lá estiver, como o homem que não sente dor num tratamento dentário e dispensa anestesias... Tendo a perspicácia até em tirar um cochilo e ter sua apneia exposta a quem quiser acreditar... Porém, a última das bravuras, foi quando tive um abscesso no dente molar, cuja dor me torturava e me obrigou ir a Lambari. Só que segundo Isabela, eu teria que ter o problema drenado para ao menos ter acesso parcial à anestesia, pois seria muito dolorido como deveria estar. Lá chegando, aconteceu como havia previsto e a dor foi insuportável, e eu fui refém da minha própria dor, com o dente sendo extraído na marra., a ponto de deixar as lágrimas escorrerem e a casa caiu... Infelizmente.
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