Um pouco das histórias narradas por Dª Guilhermina.
Como já tivemos a oportunidade de falar desta senhora, professora lecionando no interior fluminense, mais precisamente em Parapeuma, nos narrando um episódio o qual ela foi a responsável em livrar um jovem cidadão, do medo da morte, a dizer que havia sido picado por uma cobra, quando se utilizava do toalete de um vagão de trem. O dito moribundo, jogado sobre o par de poltronas, chorava copiosamente, dizendo a todo instante que ia morrer e pedia ajuda aos céus, onde ai entrou a professora Guilhermina, a tentar dissuadi-lo daquele presságio, segurando em sua mão. Mas felizmente o dito ofídio, depois de ser observado no interior da privada, em que o animal morto se encontrava, foi confirmado por ela, que não fora uma serpente peçonhenta, mas sim um ascarídeo conhecido popularmente de “solitária”, em cujas consequências trouxeram os incômodos das dores, a atormenta-lo, o que eram normais, mas nada de picada como fora dito pelo apavorado cidadão, que o transformava naquele até então desesperado moribundo, que caminhava em direção da morte.
Aproveitando da sua prosa, no auge dos seus 92 anos de muita lucidez e espirituosidade, apresentando-me como um cronista ligado em vários periódicos, cujo tema era sobre trens, fato inerente aos episódios, ela sentindo minha aflição por algum outro episódio, pôs-se a narrar atendendo meu pedido, onde interferiu de forma contundente com seu guarda chuva, num prenúncio de um “arranca rabo” entre duas mulheres por um problema complicado, conhecido como “flatulências”, mais conhecidos como “peidos”. A história começou, quando uma das mulheres exaltadas, se levanta da poltrona e aos berros, sacudindo a passageira ao seu lado, passa a reclamar do odor insuportável dos seus peidos a cada momento que se acomodava à sua poltrona. A outra aparentemente perplexa diante da atitude que esta sendo exposta no vagão, pois todos os presentes se assustaram com a vociferação, que posterior veio tornar-se trocas de insultos, resolve então a agredi-la não só pelas palavras, como empurrões que levaram a desequilibrada fisicamente, cair em meio ao corredor. Ao tentar ergue-se, a outra irada a chama-la de porcalhona que fosse procurar o seu chiqueiro. Nesta altura a coisa entra na área das agressões, quando dona Guilhermina saída de sua poltrona, de guarda-chuva em punho, se chega as duas brigonas, dizendo para as duas pararem, pois se não ia interferir usando-se do seu guarda-chuva sobre elas, a dizer que o peido é uma consequência de quem excede no fluxo alimentar, portanto o acúmulo de gases passa a ser normal e começa a tentativa de sair pelo intestino, causando por isso o tradicional “traque” sempre acompanhado do odor fétido, dependendo do que foi degustado. Às vezes, a pessoa se preocupa não só pelo barulho, mas pelo tradicional cheiro, na possível vergonha pelo local que esta, e, sempre procura se ajeitar dando a intender que não foi ela a causadora.
Nisso, aquela mulher que se insurgiu se exaltando pelos peidos, cabisbaixa, senta no seu lugar sem reagir ao empurrão que a levou ao chão e segredando ao ouvido de Guilhermina, diz algo; que mediante um sorriso, aconteceu. Mas o pior foi que aquela agredida inicialmente, por mais segredo havido, acabou ouvindo o que foi passado ao ouvido de Guilhermina e se pôs a gargalhar e, teve por isso, uma guarda-chuvada por não respeitar a companheira em estado de aflição intestinal...
Moral da História: Segundo diz o ditado popular, que atrás de uma mensagem telegráfica que vem avisando sobre as “intemperes”, nunca se esqueça que vem sempre uma “tempestade”... Neste caso específico a tempestade foi de (M).
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