Uma chifrada muito além de dolorosa...
Vocês nunca poderão imaginar que este episódio aconteceu de verdade, em pleno século XXI e que ainda existem pessoas capazes de se utilizar deste expediente visando tirar partido de momentos que para eles, são sonhos por se realizar, embalados em aventuras amorosas.
Certa feita, por razões pessoais, nos vimos na necessidade em estar à cidade de Caxambu, às primeiras horas da manhã, motivados para a colocação das placas em nosso novo veículo, tendo em vista na oportunidade o emplacamento aqui em São Lourenço estar um tanto moroso e as placas já determinadas pelo DETRAN, poderiam ser levadas a Caxambu juntamente com a documentação autorizando a tarefa burocrática.
Como é notório em toda estação de aguas, o turista normalmente fora de época das férias, é constituído por pessoas da terceira idade, assim como qualquer tipo fora destes padrões é passível de observação, notadamente em se tratando de uma jovem mulher, cuja beleza, a plástica, elegância e charme são fatores predominantes e ainda mais esta desacompanhada como neste caso. E como tal a mulher em questão, sempre solitária e isolada, passou a ser o alvo de um grupo de quatro casais de meia idade, e se tornou o prato cheio aos comentários e fofoca do grupo. Todavia, não era só a dama que nos chamava a atenção pelos ti-ti-tis, já que havia entre as “coroas”, os egocêntricos dos seus ditos maridos, que não tiravam os olhos da solitária beldade feminina. Só que um deles, sempre apressadinho e, angustiado, impunha aos seus amigos a deixar a mesa em busca da jogatina em um cassino clandestino aos arredores da cidade toda a noite, pois segundo dizia, se passasse das 20,30 hs. não abririam as portas.
Resolvido nosso impasse junto ao DETRAN, resolvemos permanecer à cidade e estendemos a noite a deixar o hotel somente pela manhã. Após delicioso jantar onde uma suculenta canja reprisada foi o suficiente, saímos a curtir caminhando pela cidade a percorrer as praças e ruas sobre brisa fresca de outono, já um tanto desértica pela notória falta de pessoas. Mas ao contornarmos a rua, após um chocolate quente visando rebater a deliciosa canja, observamos na outra calçada, um “pega pra capar” ,onde um vozerio eclodia entre um cidadão, uma mulher e outro homem. Perplexo pelo que assistíamos, naquela pacata cidade, atravessamos a via e ao passar junto ao conturbado bate boca, a surpresa, ao conhecer que o homem que esbravejava, e escrachava a bela mulher, e outra também surpresa, ao reconhecê-la como a solitária do hotel e ele um dos quatro amigos que diziam ir jogar no tal cassino, abismados, seguimos nosso caminho.
Pela manhã, dando uma de “fofoqueiro”, indaguei do garçom pela bonitona solitária e sobre os quatro casais que passavam as refeições a fofocar sobre ela. Foi quando o serviçal, abrindo a boca, nos contou que todos partiram àquela noite, após a encrenca ser encaminhada a Delegacia, já que o “coroa” resolveu agredir a mulher por manter contato com o outro homem, sabendo que ele era o seu mantenedor pelo seu passadio em Caxambu e ela não poderia chifrá-lo no mesmo hotel depois de estar com ele no quarto e despedir-se para dormir. E ela virando-se a ele respondeu: Ué, então só você que pode, e Eu?
Razão desta violenta agressão, tendo também levado um soco do tal cidadão que desfrutava dos dotes atrativos da bela garota de programa, que o idiota trouxera de São Paulo, em busca de complementar seus arroubos de amantes...
Moral da história: Quando a virilidade inicia seu processo regressivo e gradual e não sabemos admiti-lo, achando que o remédio é procurar um incentivo jovem a fim de detê-lo, a cabeça pensante acaba obtendo uma regressão à infantilidade que leva sempre a situações vexatórias e muito ridículas.
Ah... Esses turistas apaixonados, que pelas machezas cometem absurdamente cretinices e infantilidades incríveis, quando são feridos na sua honra machistas, se esquecendo de que o chifre que o fere é o mesmo que ajudou para ferir. É nessa que vemos o quanto são totalmente idiotas a nos oferecer momentos irremediáveis pitorescos...
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