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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
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Uma ópera buffa e seus personagens

E você acredita em fantasmas?

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Uma ópera buffa e seus personagens
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Com o término da 2ª Guerra Mundial, tornaram-se comuns e notórios se ouvir aos quatro cantos do país, histórias e episódios inerentes a atos de bravuras e heroísmo, passagens dramáticas, momentos tristes e lamentáveis, enfim o que surgiam de fatos escabrosos, tendo a guerra como palco de verdadeiro cenário belicoso, narrado por centenas de pessoas que tiveram; amigos, parentes e conhecidos de parentes e amigos, envolvidos, era uma grandeza, onde a criatividade aflorava baseada em filmagens, fotos e radiofotos dos campos de batalhas, trazida pelos corajosos correspondentes de guerra e, que eram transformados através dos “narradores e contadores” em episódios fantasiosos extraído de férteis imaginações.

Seu Olavo, um senhor que conheci em Juiz de Fora, que como eu também é um romântico e pesquisador sobre trens e ferrovias, dedicando-se a narrar histórias em que os trens foram o ponto nevrálgico de episódios, contou-nos uma estranha e curiosa passagem, que deixou por bom tempo, tantos os funcionários das ferrovias, como os usuários dos trens, que operavam à zona da mata mineira, apavorados.

Segundo dizia-se, entre as cidades de Teófilo Otoni e Elbank, por ser região muito próspera, não só pela agropecuária como na fertilidade do solo, havia grande interesse pelos poderosos latifundiários à aquisição de terras. Só que quem as possuía, além de querer muito dinheiro, simplesmente ficava a especular preços.

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Não sabendo de onde partiu o boato inicial, a dizer que num determinado trecho da ferrovia, passou a ser visto como “sobrenatural”, pela presença de um vulto fantasmagórico a perambular margeante ao leito férreo, ou às vezes visto ao alto dos morros, a assustar e causar pânico; inclusive, dizia-se que a tal figura parecia muito com o déspota Adolpho Hitler, por possuis inúmeras características pessoais do ditador, como: bigodinho, botas de cano alto, calça culote, passos firmes entre outros detalhes, sem mencionar a suástica, símbolo do hitlerismo. Aquela boataria foi vinda num crescente de forma avassaladora, fazendo com que as pessoas que o viam, jurassem de pés juntos que se tratava realmente do alemão. Entre os maquinistas, todos sem exceção, confirmavam que era o monstro nazista, que escolhera o Brasil, para vingar-se do também ditador Getúlio Vargas, que o traiu ao declarar guerra à Alemanha.

Com a atordoar em plena ascensão, até mesmo a dominar os mais incrédulos, alguns fazendeiros levados pela preocupação, colocavam suas propriedades a venda, o que veio a causar certa desvalorização, pois aquela medonha figura, que por anos amedrontou o mundo, estava agora de volta no Brasil, como um fantasma levando o pavor à pacata região num vale do medo. Brigadas foram formadas a saírem leito afora, à busca de qualquer indício do ditador e nada conseguiram, com as aparições mantendo-se constantes pelos relatos dos maquinistas. Portanto, cada vez mais se solidificava o boato, que a essas alturas, começava pela plenitude da divulgação a ter certa gravidade.

Até que certo dia, um peão que recolhia o gado no pasto, encontrou junto a um secular pé de Jatobá, uma já bem deteriorada mala, que ao abri-la, nota além de um fardamento cinza, um quepe, um par de botas cano longo e um rebenque. Assustado em princípio, recolheu os pertences a colocá-los à mala e retornou à fazenda, onde entregou ao seu patrão, que ciente do achado, passou às mãos da polícia, no intuito de esclarecer o mistério do fantasma do Hitler, dado ser o uniforme do exército germânico. Há meses que tal figura vem colocando em polvorosa a pacata população rural de parte da zona da mata mineira.

Embora aquela descoberta tivesse tranqüilizado toda a aparente e apavorada comunidade ruralista, ainda havia quem duvidasse que o alemão do bigodinho fosse um trapaceiro em se fazer de assombração, Certamente pago por algum latifundiário, com a incumbência em lesar os incautos e crédulos, pelo medo a ter que deixar suas terras, que se tornaram mal-assombradas.

Infelizmente, segundo o bem vivido Olavo, nunca se soube quem era o fantasma e, quem o pagou para que apavorasse aquela crédula, simples e humilde gente da zona da mata mineira. Mas, que a ferrovia em determinados trechos deixava os maquinistas e passageiros um tanto sobressaltados, isto não se discute; era comum ver e observar pessoas, se utilizarem de terços, a fazer suas orações. Sorte que esta crendice, ou lenda, morreu no nascedouro, sendo “enterrada” como as saudosas Marias-fumaça.

Mas que ainda, se é que estejam entre nós, algumas destas pessoas,a creem que os “fantasmas” continuam existindo, sejam eles de: Hitler, Musselines, Getúlio Vargas, Salazares, Francos, Saddans, Kadaff e outros tantos que tentaram dominar seus “feudos” e “reinos”, quiçá o mundo?

Já imaginou se esses fantasmas se unissem como no clipe do Michael Jackson (Thriller), que ópera teria?

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