Uma queda, a ajuda, a dignidade... E a verdade!
Como algumas vezes tenho a oportunidade de me expressar, aqui em nossas crônicas, sobre fatos que ocorrem na vida da gente, que as vezes até duvidamos que possam acontecer, tal a situação que se apresenta aos nossos olhos, que ao mencionarmos, fica difícil o leitor crer tenha ocorrido e em muitas ocasiões até desconfiam da veracidade da crônica, taxando-a como pura criatividade do cronista.
Assim sendo, folheando meus alfarrábios, trago um desses episódios, cujo contexto vem de encontro ao que procuro expor, já que na ocasião, não sei se fui premiado ou contemplado por participar e assistir a tal ocorrência, onde envolviam duas mulheres que conduzindo uma charrete, me deixaram em total perplexidade pelas cenas inusitaveis apresentadas no transcorrer da encrenca.
Ao deixar o hotel fazenda em que nos encontrávamos, após um lauto desjejum, aproveitando a bela manhã que fazia, resolvi dar uma caminhada apeando a estradinha cujo destino seria o sopé da serra das Agulhas Negras. No que dei início a caminhada, observei que duas mulheres dialogavam com o charreteiro, a mostrarem-se, me pareceu, que queriam instruções em como proceder na condução do veículo. Com um pouco de preocupação, segui meu caminho tenho a minha disposição a belíssima vista daquela magnífica serra, cujos vários picos apontavam ao céu toldados por nuvens, bem como a estrada margeada pela vegetação incorporada as mais variadas árvores onde prevaleciam as araucárias. De repente, observo um trotear de cavalo, no que ao voltar a cabeça, deparei-me com aquela charrete sendo conduzida pelas duas mulheres. Afastei-me a dar passagem ao veículo, quando puxando as rédeas, um tanto agitada, a ponto de o animal elevar as pernas dianteiras, felizmente não empinou, a solicitar se poderia tirar algumas fotos. Claro que não me furtei em atendê-las e me foi passado o celular. Foram vários ângulos e poses. Mas a colega da condutora optou em saltar do veiculo e posar junto ao animal. Entregando o celular, a moça ao subir à charrete, pisou em falso pela altura do estribo, levado por estar o veículo posicionado acima da vala ali existente, portanto um tanto alta, escorregou caindo sobre o para-lama da roda direita, projetando- se na vala da estrada. Com a queda e evidente se assustando, pelo grito dado, o cavalo movimentou-se a levar consigo a moça, que tinha sua saia longa presa aos raios da roda, Segurando-a, tentei evitar ser arrastada e felizmente consegui. Sua amiga troteando com a charrete, seguia a puxar as rédeas, só que dado à força, fazia com que o animal empinasse a deixa-la apavorada. Por sorte o cavalo parou metros adiante e a “charreteira” olhando a para trás, pede que fossemos até a ela, pois estava nervosa e tinha medo do animal disparar estrada afora. E lá fomos nós em direção à charrete cumprindo o que solicitou a colega.
Só que ao vê-la sem a saia, espantou-se e perplexa indaga da colega o porquê está assim completamente nua. Será que também sua calcinha foi arrancada? Um tanto sem graça, encolhendo os ombros e meneando a cabeça; -- Não Luzemilce, eu não estava de calcinha e não imaginei que este passeio aconteceria esse imprevisto. Agora não sei o que fazer.
Pus mãos à obra, e com ajuda de Pâmela, conseguimos a muito custo retirar da roda a saia que havia se enroscado durante a queda, que se vestiu mesmo toda suja de graxa. Agradecendo ao auxílio no problema ocorrido, pedia desculpas pelo lamentável incidente. Pegando ao celular na charrete, solicitou que tirasse uma foto dela sem a saia a cobrir com as mãos suas intimidades, só para guardar de lembrança da cidade de Itatiaia, no dia que um anjo a ajudou a se compor, após um acidente ocorrido durante o passeio de charrete, em que quase fora arrastada pela estrada por ter sua saia enganchada aos raios da roda. Depois solicitou que a fotografasse já de saia, mesmo parcialmente rasgada e manchada de graxa e barro.
Ajudando-a subir na charrete, as duas me agradeceram a solicitar que não falasse sobre o que aconteceu... O que concordei, desejando a elas um ótimo passeio e que tivessem mais cuidados no conduzir o veículo.
Este episódio veio comprovar mais uma vez, o quanto de realidade existe na vida da gente, mas que muita das vezes a incredibilidade se faz presente e a descrença passa a prevalecer, infelizmente... Mas este fato, de verdade aconteceu e até hoje me sinto feliz por ter praticado essa boa e admirável ação...
Comentários: