Uma suspeita indefinida, mas duvidosa...
Como todo bom turista que se presa, lá estávamos nós mais uma vez a desfrutar da bela cidade de Gramado, RS, nas nossas andanças consumista, entretidos às vitrines convidativas em que o bom gosto e qualidades dos produtos expostos eram as atrações, quando ao pararmos a frente de uma dessas atraentes lojas, resolvemos entrar. Bem decorada e atrativa, sobressaia pela expressiva distribuição dos seus produtos e modas feminina, onde um número de pessoas se fazia presente visando provavelmente às ofertas tentadoras ali em promoção.
De súbito, sem que se esperasse, as duas portas de vidro são fechadas. Diante da surpresa, indaguei do segurança que as havia fechado, cuja postura peculiar e arrogante demostrada a frente da porta, nos levava a crer que algo de grave ocorrera. Limitando-se laconicamente a confirmar, respondeu que uma pulseira esta desaparecida. Óbvio que a revelação nos causou constrangimento e fomos ao gerente solicitar providências imediatas e a liberação das portas. Afinal acabávamos de penetrar à loja e nada tínhamos a ver com o caso. Confuso, sem saber como proceder, solicitou a todos depois de falar sobre o desaparecimento na joia, que tivéssemos paciência e calma, já que um objeto valioso estava sumido e pedia a quem o fez, talvez por um descuido ou negligência que o devolvesse discretamente a evitar possível constrangimento junto as pessoas que ali se encontravam. Pois caso contrário será obrigado em chamar a polícia.
Criado o impasse, com o burburinho formado entre aqueles mais nervosos e impacientes, continuamos a apreciar as ofertas tentando descontrair pela tensão reinante. Minha mulher ao escolher um casaco de couro e solicitá-lo junto a vendeusa a mostrá-lo, o que o fez, a fim de experimentá-lo, a moça ao retirá-lo do manequim, notou algo diferente e ao colocar a mão no bolso da peça, para sua surpresa lá estava a bendita pulseira. Mas junto à mesma encontrava-se um chaveiro com o nome de uma pousada indicando o número do aposento...
Com as desculpas apresentadas pelo gerente, as portas foram abertas e de imediato, foi contatada a pousada, onde iriam apanhar o chaveiro. No que pese o suposto “larápio” ficar em palpos de aranha a explicar a perda, mesmo depois da revelação onde fora e como foi encontrado... Se é que de fato o gerente falou do roubo e o chaveiro era peça indispensável no crime por se encontrar junto.
Moral da história: Só a cleptomania ou suposto argumento como tal, explicaria essa atitude delituosa do turista desonesto...
Ah... Esses turistas de índole duvidosa quando apanhados em suas articulações criminosas, são de fato uns desagregadores da classe e, que nos fazem passar por situações constrangedoras, mas que nos propiciam instantes muita das vezes até pitorescos, pelos “rabos” deixados nas suas espertezas malogradas. Bem que neste episódio, mesmo tendo se encontrado uma prova, não estaria descartada à possibilidade de ser alguém da própria loja... Embora a chave do aposento com o nome da pousada estivesse junto a tal pulseira. Mas como turista aceitei a conclusão.
Serei então um pitoresco por admitir que na nossa classe, estejamos isentos de qualquer suspeita ???
*Cleptomania, é aquele que possui a impulsão pelo furto.
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