Velaram o filme do doutor
Mal acabávamos de nos hospedar na pousada à cidade de Tiradentes, MG, ao descermos dos aposentos com o intuito de desfrutar da gostosa tarde de inverno, a curtir o belo patrimônio histórico de admirável acervo cultural brasileiro, no que deixávamos a velha chave secular, pesada, à portaria, um furdunço se formava em que dois policiais juntamente com um cidadão enfatiotado e uma “coroa” cinquentona bem tratada e elegantemente trajada, que esbraveja na tentativa de agredir um outro cidadão , que procurava se defender das agressões físicas – segundo soubemos ser o marido da agressora – a se esquivar dos ataques enfurecidos a solicitar que o deixassem falar a se explicar.
Com a interferência dos policiais, e acalmada, a “coroa furiosa” foi conduzida à outra sala e o cidadão janota, o delegado, solicitando a presença do gerente, juntamente com o tal marido trancaram-se à gerência.
Nessa altura, curiosos, esquecemos do passeio cultural e mais que ligados, resolvi permanecer e aguardar os acontecimentos. Não tardou acompanhada por um serviçal, se chegou e penetrou à sala da gerência uma bela e atraente mulher mostrando-se indiferente e alheio a tudo. Passado alguns minutos, a “coroa” com os dois policiais também são solicitados e adentram à sala misteriosa. No que pese a curiosidade, mas dada a demora, mesmo a ouvir o abafado vozerio acalorado, resolvemos nos retirar.
Ao entardecer, retornamos a pousada e observarmos que o clima era mais tranquilo. Entretanto, no que solicitei a chave, o gerente aproximando-se cheio de mesuras, tentou se desculpar do que presenciamos. Contando-nos o motivo do entrevero a eximir de qualquer culpa a pousada, pedia que esquecêssemos o fato.
A “coroa”; mulher do tal cidadão, após ligar no dia anterior à pousada, dizendo-se secretária do doutor, soube por um empregado que a atendeu ao telefone, que o mesmo não se encontrava, por ter saído com sua mulher, fulana de tal, a passeio. Ao descobrir a traição do marido, inclusive até dublando o nome dela no que tange as coordenadas físicas não coincidirem, pois a “duble” roubava a cena pelos seus “predicados”, indignada e possessa, munindo-se de suas garantias legais e jurídicas, aqui apareceu com uma aparatosa comitiva policial, onde flagrou nesse paraíso, na alcova do quarto 13, a cena em que “Adão e Eva” após morder a maçã oferecida pela serpente, curtiam toda sua sexualidade. Só que agora talvez, neste instante no “purgatório”; digo delegacia, prestam depoimentos antes de serem conduzidos ao “inferno”... Até o belo BMW foi levado à DP, já que o veículo pertencia a “coroa” endinheirada, proprietária majoritária de famosa clínica de cirurgia plástica na capital...
Moral da história: Nem sempre um “artista” consegue que o doublé não lhe roube a cena, por mais que se oculte sob a máscara neste palco da vida...
Ah... Esses “turistas adulterosos” que buscam na camuflagem ocultarem-se da verdade, sempre cedo ou tarde acabam desmascarados em cena antes de cair a cortina e nos propiciarão instantes de fato bastante pitorescos quando imbuídos nos sentimentos “casanovescos”.
Quanto ao triângulo amoroso, não soubemos como foi definido, apenas a partir daquele dia não encontramos mais o casal na pousada e pelas ruas da lendária Tiradentes...
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