Recentemente retornava do Rio de Janeiro à cidade de São Lourenço e, não só presenciei como participei de um episódio, cuja jocosidade sem dúvida foi incorporada a nossa coletânea de crônicas dos Esses Turistas Pitorescos, a qual mais uma vez agradeço a personagem pelo inusitável instante proporcionado.
O ônibus que me conduzia, ao fazer sua parada de praxe à rodoviária de Resende (Graal), foi determinado o tempo de 20 minutos pelo motorista, mesmo a estar com pequeno número de passageiros. Saltei como outros os fizeram, estiquei as pernas, utilizei-me dos toaletes, saboreei minha água e café, retornando ao veículo em meio a uma movimentação considerável de pessoas que ali transitavam num vai e vem constante. Porem, um fato jocoso ocorreu, quando caminhava à plataforma e ouvir pelo serviço de alto-falante, após anunciar as partidas de alguns veículos, uma inusitada e talvez incomum informação, que se encontrava à disposição do seu dono, na administração, uma bolsinha, conhecida como nécessaire, esquecida no toalete feminino há poucos instantes. Como detalhe, sobre a mesma uma dentadura e tendo em seu interior uma peça íntima preta e um absorvente. Aquela informação de momento causou-me espanto e porque não perplexidade, afinal como alguém iria esquecer uma coisa tão valiosa em termo de uso pessoal. De baixo de um leve sorriso, meneando a cabeça, segui meu caminho e passei a observar as pessoas, que também sorridentes com muitas até meio espalhafatosas, a gargalharem, galguei a escada do ônibus acomodando-me à poltrona.
Ali absorto e ainda perplexo com a informação ouvida, me pus a imaginar o quanto de cabeça oca seria aquela pessoa que possivelmente nem tenha percebido tal informação. Pois logo depois foi anunciada novamente e solicitava seu comparecimento à retirada na administração. Com a chegada dos passageiros, porta do ônibus cerrada, motor acionado, lá fomos nós estrada afora. Com poucos minutos, uma mulher que se posicionara ao par de poltronas atrás de mim, tocou-me ao ombro a indagar se eu sabia o telefone da rodoviária. Respondendo-a, disse que não. Mas se houver necessidade o melhor seria ir até a cabine do motorista e perguntar. Assim procedeu e conseguiu seu objetivo. Agradecendo-me, pelo celular contatou a administração.
Sem esperar, não que quisesse dar uma de abelhudo, pasmem... A dona do nécessaire era aquela mulher! Já que agradeceu a funcionária que a atendeu pela presteza em encaminhar a bolsinha à empresa do ônibus que seria em Varginha pelo último ônibus ao início da madrugada.
Moral da história: Por mais que houvesse presteza e gentileza da locutora do Graal, achamos que houve sim um pouco de falta de preparo, já que não era necessário detalhar o conteúdo do nécessaire. Bastava comunicar a perda do objeto!
Ah... Mas que o episódio foi bem pitoresco, não há dúvida. E que a madame não passa de uma cabeça oca mais ainda. Afinal zelar pelos nossos pertences, não é obrigação, é fato natural, é rotina da gente!
Vejam vocês como as coisas acontecem e eu agradecer ao destino por poder estar presente ao acontecido!!!
Comentários: