Cerca de 300 pessoas, a grande maioria mulheres, se concentraram no Calçadão II de São Lourenço para se manifestarem contra o candidato a presidência da república Jair Bolsonaro (PSL). O objetivo foi chamar atenção da população para os ideais do candidato de preconceito, homofobia, intolerância, machismo, apologia à violência e à tortura.
Toda a mobilização do movimento #ELENÃO foi feita pela internet através das redes sociais e aplicativos de mensagens, onde as pessoas articularam a concentração e a passeata pelas ruas da cidade, além do financiamento do ato que foi feito com recursos dos próprios manifestantes. A manifestação integrou os atos nacionais e internacionais contra o candidato.
Estiveram presentes no ato político suprapartidário lideranças políticas locais, secretários e ex-secretários do governo municipal, presidente de autarquia, representantes de movimentos sociais, entre outros. Ainda contou com a presença de homens que não são favoráveis ao candidato do PSL e de crianças.
Em São Lourenço, assim como em todos os locais onde está acontecendo, além da hashtag #EleNão, os manifestantes carregavam cartazes com mensagens contra o totalitarismo, o machismo, o racismo e a homofobia. A passeata contornou a Praça João Lage (Praça Brasil), percorreu a Avenida Comendador Costa, passou pela Olavo Gomes Pinto, seguiu a Dom Pedro II e voltou para o local de onde saiu pela Avenida Getúlio Vargas.
O ex-prefeito de São Lourenço, José Celso Garcia, e a esposa, ex-vereadora Maria Lúcia Garcia, foram convidados pela organização do movimento para poderem compartilhar as histórias de luta que travaram contra a Ditadura Militar na juventude.
José Celso destacou a importância de acreditar no país e continuar lutando pela soberania do país e ser crítico naquilo que se vê e ouve na grande mídia. “Estou aqui porque não desisti do Brasil. Vamos sair na luta democrática, que não é de carabina e revólver, é uma luta pelo voto”, disse José Celso Garcia.
Já Maria Lúcia Garcia lembrou os tempos em que passou sua juventude na clandestinidade para lutar contra a ditadura militar e destacou a importância de buscar uma unidade para que o país não retroceda nas conquistas alcançadas.
“A esperança renasce quando a gente vê nessa praça a quantidade de jovens. Nós fizemos nossa parte. Lutamos contra a ditadura que hoje esse truculento quer tomar o poder dizendo que não existiu a ditadura. Passamos um bom tempo da nossa juventude na clandestinidade fugindo da repressão. Eram nossas palavras contra a arma dos ditadores. Temos que buscar a unidade e compreensão para lutar contra esse inimigo que nos ameaça”, disse.
O ex-secretário de Governo de São Lourenço, Luís Cláudio de Carvalho, também esteve presente na manifestação e fez uso do microfone. “Eu respeito muito a história, acredito que temos que preservá-la, preservar o passado e pensar no futuro. Esses jovens que estão aqui tem que olhar e pensar para frente. O assunto aqui hoje é ele (Jair Bolsonaro), mas mesmo que ele tivesse competência, fosse preparado e não manifestasse intolerância, só o fato de ser declaradamente machista não pode ser representante da nossa nação”, destacou Luís Cláudio.
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