Ao todo, 11 novas linhas de ônibus vão compor o novo sistema de transporte coletivo da cidade operadas pela Circular São Lourenço a partir do próximo dia 31 de agosto. As linhas passarão a ligar os bairros ao centro e será implantado um sistema de integração tarifária das linhas.
No antigo sistema, atualmente em vigor, as linhas de ônibus partem da rodoviária para os bairros ou dos bairros para outros bairros passando pelo centro. Com o novo sistema, ao sair do bairro, o ônibus passa pelo centro e retorna para o mesmo lugar de onde saiu. Para que o usuário possa chegar em um outro bairro, ele poderá pegar outro ônibus sem pagar nova passagem.
“Esse sistema de integração que possibilita andar em mais de uma linha pagando apenas uma passagem será válido para os usuários que possuírem o cartão da empresa. A pessoa poderá sair do bairro Nossa Senhora de Lourdes e chagar até o São Lourenço velho fazendo baldeação, no prazo de uma hora, no centro sem pagar uma segunda passagem. Caso ela queira voltar de onde veio, ela pagará outra passagem”, explicou Haroldo Lopes, diretor operacional da Circular São Lourenço.
O diretor ainda explicou que a empresa vai operar em caráter experimental durante 90 dias antes de renovar a concessão por completo e que ajustes ainda poderão ocorrer nas linhas e horários. “Nesse período poderá ocorrer ajustes de horários e trajetos, porém esse novo modelo abre um leque de possibilidades para o sistema de transporte do município. A integração será feita no cartão e o maior desafio disso será a adequação da população ao novo sistema de integração. É uma mudança muito abrupta para pouco espaço de tempo”, disse Haroldo.
“A mudança no sistema de linhas, segundo a empresa Locale, responsável pelo estudo, se deu porque eles concluíram que apenas 3% dos usuários das linhas faziam o trajeto de um bairro ao outro ou da rodoviária ao bairro sem parar no centro”, complementou.
Com a implantação do novo sistema, o valor da tarifa sai de R$ 3,40 e vai para R$ 3,55. O reajuste autorizado pela prefeitura de São Lourenço ainda está abaixo do proposto pelo estudo contratado, que é de R$ 4,21 para que o transporte coletivo seja viável.
Novo sistema
O novo sistema foi proposto a partir de um estudo da empresa Locale, contratada pela prefeitura de São Lourenço, que ouviu cerca de 5% dos usuários do transporte coletivo. O objetivo do estudo foi viabilizar um novo sistema de transporte mais barato e eficiente para a população.
Ao todo, as 11 linhas farão 239 viagens em dias úteis, 204 nos sábados e 173 aos domingos. Os veículos rodarão 2.001 quilômetros por dia útil e 56.631 quilômetros por mês. No sistema atual, oito linhas fazem 180 viagens diárias de segunda-feira a sábado e 160 viagens nos domingos. Para fazer essas viagens, os ônibus percorrem 2.462 quilômetros por dia útil e 73.152 quilômetros por mês.
Atualmente, utilizam o sistema de transporte coletivo nos dias úteis 6.594 pessoas, das quais 2.874 possuem gratuidade. Nos sábados, o total de passageiros é de 5.375, sendo que 2.123 são gratuidades. Nos domingos, são transportadas 4.329 pessoas, sendo que 1.971 possuem o benefício da gratuidade.
Viabilização do transporte
Para que o transporte coletivo fique ainda mais barato e atrativo, o estudo contratado pela prefeitura sugeriu que fosse retirada a gratuidade das pessoas com idade entre 60 e 64 com a revogação da lei municipal, isenção do imposto municipal ISS, a não obrigatoriedade de cobradores em 100% das linhas de ônibus e a inclusão de estudantes no sistema de transporte coletivo. Os três primeiros itens sugeridos dependem de lei autorizativa e de decisões colegiadas da Câmara Municipal.
Um projeto de lei do vereador Evaldo Ambrósio (Pros) propôs à concessionária de transporte coletivo de São Lourenço a obrigatoriedade de cobradores de ônibus em todas as linhas da cidade. Aprovado pela Câmara Municipal, o projeto recebeu o veto da Prefeita Célia Cavalcanti seguindo a sugestão do estudo da Locale para viabilizar o transporte coletivo.
Em julho deste ano, a Câmara Municipal derrubou o veto da prefeita com noves votos contra. O vereador Paulo Gilson Chopinho de Castro Ribeiro (PSC) votou a favor do veto e Ricardo Luiz Nogueira (PMDB) e Abel Goulart Ferreira (PR) se abstiveram da votação.
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