O funcionamento do Pronto Socorro (PS) e laboratório do Hospital São Lourenço (HSL) devem iniciar os serviços no prédio da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas Miguel Arcanjo Gorgulho no prazo de cerca de 60 dias. A previsão foi informada pelo presidente da diretoria executiva do hospital, Márcio José Santiago, durante a solenidade de cessão do prédio, realizada na manhã desta segunda-feira, 13.
O novo espaço fará os atendimentos de urgência e emergência de São Lourenço e região em um espaço mais adequado para o trabalho dos profissionais de saúde, além de melhorar a recepção e acolhimento dos pacientes.
Segundo o presidente, ainda restam pequenas adequações a serem realizadas para que a mudança possa acontecer. “A previsão é que a partir de hoje e em torno de 60 dias o hospital já tenha condições de transferir todo seu equipamento para esse prédio, que será um pronto atendimento municipal e que servirá toda região”, informou Márcio Santiago.
Para que os dois serviços do HSL possam funcionar no novo prédio, que estava com as obras paralisadas e sem atender um só paciente há mais de três anos, ainda precisará passar por adequações. “Será investido muito pouco dinheiro para fazer as adequações. O que precisamos é adaptar o espaço para nossos equipamentos e mobiliários. Falta uma parte de acabamento”, disse o presidente da Diretoria Executiva do Hospital.
Além das melhorias e modernização da estrutura do atual PS, que foi construída há 50 anos, uma negociação está sendo feita com o Ministério da Saúde (MS) para que seja habilitada a UPA tipo I. Com a habilitação, haverá mais recursos para custeio do serviço.
“Já estou negociando com o Ministério da Saúde, a pedido da prefeita Célia e do Hospital, a habilitação para a UPA tipo I, o que quer dizer em média R$ 180 mil por mês de recursos novos para esse aparelho. Quando estiver próximo da inauguração, esse processo já vai estar tramitando em Brasília. Teremos dois profissionais médicos 24 horas de segunda a segunda garantindo assistência”, disse Mauro Guimarães Junqueira, secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e ex-secretário de Saúde de São Lourenço.
Inaugurado em 2016 pelo ex-prefeito José Sacido Barcia Neto sem que as obras estivessem concluídas, o prédio da UPA nunca atendeu um só paciente até os dias de hoje. De acordo com a prefeita Célia Cavalcanti, problemas burocráticos e de recursos no convênio entre o município e o Governo do Estado impediram que a cessão do espaço fosse feita para o Hospital.
“Uma parte da obra foi executada com o convênio já findado. O Governo do Estado queria que devolvêssemos o valor de R$ 2,4 milhões. O município teve que devolver a quantia, mas como não tinha condições financeiras, foi feito um acerto de contas. Dos R$ 25 milhões que o Governo do Estado nos deve, somente da saúde a quantia era de R$ 15 milhões”, disse a prefeita Célia Cavalcanti.
A concepção da UPA
A estrutura da UPA 24 horas Miguel Arcanjo Gorgulho foi concebida para que funcionasse uma UPA tipo III, a mais complexa e completa dos três tipos de unidades de pronto atendimento. O convênio número 224/2010, firmado entre o município de São Lourenço e o Governo de Minas Gerais, para construção do prédio foi de R$ 5.319.650,16. Na ocasião em que foi concebida a UPA de São Lourenço e iniciada as obras, o Ministério da Saúde custeava 50% do serviço e atualmente não custeia 25%.
O montante conveniado não foi o suficiente para a obra. Ainda era preciso recursos na ordem R$ 400 mil a R$ 500 mil para a conclusão da obra. Com o fim da gestão do ex-prefeito José Neto e a não obtenção do recurso fez com que obra ficasse paralisada até a vinda de mais R$ 900 mil do Ministério da Saúde.
O dinheiro foi repassado dos cofres da prefeitura para o HSL no início de agosto de 2018, poucos dias antes da prefeita que estava afastada reassumir o cargo. Para que fosse feita a cessão do prédio, ainda era preciso fazer os ajustes burocráticos e financeiros.
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